05/04 - Contabilidade na TV
Foto: Helcio Nagamine/Fiesp |
“Temos que nos adaptar”, disse Gupta. “A pergunta é: como como encontramos as oportunidades? A tecnologia está mudando as nossas vidas e os nossos modelos de negócios”.
Desse modo, a indústria 4.0, combinando estrutura física e digital, deve estar focada em produtos como tratores que dizem a quantidade de nutrientes necessários ao solo em determinada lavoura. Ou identificam quais morangos estão mais maduros antes da colheita. “Essa é a tecnologia 4.0”, explicou. “Baseada na integração entre produtos e serviços, estrutura física e digital”.
O professor citou ainda a existência de um comprimido que, além de seus componentes medicinais, traz um chip passível de ser ingerido e apto a captar informações sobre o estômago do paciente e enviar os dados a uma distância de até 100 quilômetros. “Não pense nos produtos, pense nos serviços”, destacou Gupta. “Estamos caminhando para uma transição de produto para plataforma”.
Nesse sentido, os impactos da indústria 4.0 podem ser observados em corporações como a fabricante de tratores John Deere. Além de vender suas máquinas, a empresa agora é uma “gerenciadora de questões climáticas”. “Eles informam seus clientes sobre as melhores épocas para fazer o plantio, usam a tecnologia para isso”.
De acordo com Gupta, na GE Digital, outro exemplo nessa linha, as máquinas “falam, ouvem e respondem”. “Eles oferecem aplicativos que fazem a gestão do rendimento das máquinas”, contou. “Essa manutenção preditiva é possível e muito importante”.
E por falar em redefinição do escopo do negócio, outro conceito importante para se adaptar a esses novos tempos na opinião do professor, a Going Beyond Weather, de serviços de previsão do tempo, tem 30% de sua receita obtida com a venda de informações para transporte aéreo e marítimo. Os outros 70% são obtidos das propagandas para os clientes. Mas isso das formas mais criativas. “Eles oferecem orientações até sobre a compra de xampus de acordo com o tipo de clima da época, oferecendo produtos direcionados”.
Na mesma linha, gigantes como a Philips podem obter novas receitas a partir de ações como o gerenciamento da iluminação de espaços como aeroportos, indo além da venda das lâmpadas em si. “Os aeroportos querem o serviço de iluminação, não necessariamente os produtos”, disse o professor.
“É preciso buscar uma comunicação direta entre fornecedor e consumidor”, destacou. “Por que não pagar US$ 500 por mês e usar o BMW que eu quiser em vez de ter um único carro na garagem?”, questionou. “Ou usar várias bolsas num sistema de locação mensal como alternativa a pagar US$ 5 mil por um único acessório?”.
Na prática
Anfitrião do evento, Paulo Skaf lembrou as evoluções pelas quais a indústria passou ao longo do tempo, indo da máquina a vapor até a era 4.0. “Estamos vivendo a quarta revolução industrial”, disse. “Agora, temos a inteligência artificial, a internet, os processos interligados, grandes transformações”.
Para ele, essa nova realidade “pode transformar setores”. “O desconhecido preocupa, há o medo de que robôs ocupem lugar de seres humanos”, afirmou. “Mas máquinas podem fazer atividades que nós não precisamos fazer, usando o nosso tempo para outras coisas”.
Assim, é tempo de “buscar alternativas e oportunidades”.
Skaf convidou os presentes a conhecerem a linha de montagem 4.0 da escola do Senai-SP focada no assunto em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. “Trata-se de um centro de excelência, tecnologia e inovação”.
Por: Isabela Barros, Agência Indusnet Fiesp
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